Dado o estado atual da agricultura portuguesa, os seus constrangimentos socioeconómicos e, em especial, a urgência da sua transformação em resposta às alterações climáticas, o Bloco de Esquerda propõe um programa de transição ecológica agroflorestal. Pretende-se com este programa garantir a transição do atual modelo dominante, centrado na monocultura e no elevado consumo de água e fatores de produção poluentes, para novas agriculturas de menor incorporação desses fatores e mais abertas ao conhecimento técnico-científico, centradas em processos ecológicos, com maior proteção ambiental, mais segurança alimentar e melhor qualidade de vida para quem nelas trabalha. Os 10 mil milhões de euros em apoios públicos da Política Agrícola Comum, disponíveis até 2027, devem ser imediatamente colocados ao serviço desta transformação e de forma aberta a todos os agricultores, em vez de financiarem rendas históricas de grandes latifundiários do sul e modelos danosos para o ambiente que contrariam o interesse público.